sexta-feira, 20 de julho de 2007

120...150...200 Km Por Hora

 

Para começar, gostaria de pedir desculpas as pessoas que eu tenho apreço, sobre as palavras duras que talvez vão aflorar neste post, mas como diz o ditado "gosto é que nem cú, cada um tem o seu", eu tenho que respeitar as questões políticas e filosóficas de cada um, mas isso não impede que eu não possa falar do meu (cú). As que eu não tenho apreço quero mais que se fodam.

Sobre o terrível acidente nada comentei, por não ter base nenhuma até o momento (e ainda assim minhas opiniões são baseadas na minha lógica o que não é a real explanação dos fatos deste acidente). Mas fiquei indignado com a enxurrada de e-mails, noticias e um bando de ignorantes metendo o pau no governo (no caso o sapo barbudo como todos chamam), falando que o culpado deste acidente foi o governo, sem mesmo saber exatamente o que foi que aconteceu dentro daquele avião.

Pela lógica destas pessoas, se um meteoro cair no meio do Brasil e destruir milhões de vidas, a culpa seria do Lula por ele ser ignorante, não saber falar e não ter uma faculdade e muito menos um MBA. Quem sabe se ele soubesse falar, Deus o entenderia e pelo seu divino poder ele desviaria o meteoro para os EUA, ou melhor ainda, na cabeça de Bin Laden, porque este sim merecia. (Será que o Collor e Fernando Henrique falavam com Deus?? Eles tinham faculdade né?).

Nenhum sistema de grooving (ranhura na pista) iria parar aquele avião. O problema é que este aeroporto não tem área de escape. O acidente de 1996 com o Focker da TAM vitimaram 99 pessoas pelo mesmo motivo... não ter aonde cair, a não ser na cabeça das pessoas.

Esse sim é um problema federal e estadual. Agora a causa do acidente em si, tem a ver com falha mecânica ou humana, ou pior, falha da empresa TAM. Para saber mais, veja noticiário!!!

No meu ver, a culpa não é do governo, do piloto ou da TAM. A culpa desta e de outros acidentes, é de nós mesmos. Vivemos em ritmo acelerado, não andamos mais a 6,30 km por hora a pé , corremos de carro a mais de 110 km ou voamos a mais de 833 km por hora. Como parar algo a esta velocidade com segurança?

Vivemos em uma sociedade que vive com pressa. E viver assim é uma opção sua. Ninguém te obriga a isso, você simplesmente nasce em um ambiente assim e acha que tudo é normal, que o mundo todo tem a obrigação de funcionar na velocidade de 833 km.

Há alguns anos, quando fui a Visconde de Mauá, conheci um casal bicho grilo que moravam lá Ele era químico e a mulher era bióloga, estudaram anos. Viviam em uma casa afastada, no meio do mato e sobreviviam vendendo mel e artesanato.

Pensei: - Que desperdício de talento, poderiam ganhar muito dinheiro trabalhando em uma multinacional tendo conforto, casa e carrão.

Como fui arrogante e ignorante. Na verdade o idiota era eu, pois eles viviam uma vida intensa e detalhada e eu uma vida breve, veloz, fugaz.

Imaginemos um ponto “X” , um coelho e uma tartaruga em disputa a chegar a este ponto “X”. Imaginemos que este ponto “X” é a morte. Eu prefiro ser a tartaruga e chegar bem mais tarde neste ponto.

Hoje vejo a vida de uma forma simplista (não entendam como simplória). Nossos ancestrais moravam em cavernas e somos o que somos porque sobrevivemos. Morríamos por causa de doenças, fome e guerras, hoje morremos por causa de doenças, fome, guerras e.... velocidade.

Temos livre arbítrio, podemos decidir qual vida queremos viver, governo nenhum pode ser responsabilizado pela minha escolha. O que nos falta é coragem para mudar nosso estilo de vida. Como disse em um post anterior, é mais fácil culpar alguém pelas nossas frustrações, do que mudar.

E eu não quero ser uma “velha reclamona e amarga”, prefiro correr atrás do prejuízo e mudar. Mudar minha vida, mudar o ambiente onde minha filha possa crescer em contado com a natureza, possa andar de bicicleta sem perigo de um avião derrepente cair na sua cabeça. Mudar para ter tempo de amar e ser amado pela minha familia durante muitos anos e em câmera lenta.

Devido a esta velocidade de nossas vidas, proveniente de morar em centros urbanos que giram ao redor de dinheiro, conforto e sucesso, passo no total de três horas diárias com minha filha e com minha mulher e 12 horas no meu trabalho com gente que não tenho tanta intimidade assim.

 

Há algo de errado nesta equação, vocês não acham???

5 comentários:

Anônimo disse...

O que aconteceu, Peixe, foi cruel demais.
E concordo com você: não adianta ficar culpando governo, TAM, Infraero, ANAC, sem saber, com certeza, de onde veio a falha que resultou nessa tragédia.
Como todos sabem, não gosto do Lula (o presidente, hehehe!), mas não quero atirar a primeira pedra sem saber sobre a responsabilidade de cada um.
Seria injusto, como foi injusto a perda de tantas vidas inocentes.
Bjo procê, Quel e Julinha.

Unknown disse...

Eu tambem não gosto desse papo idiota de o Lula ser culpado até por terremoto. Parece que uma parte da sociedade brasileira não conseguiu mesmo digerir o sapo.
Eu fico indignado com os absurdos que algumas pessoas conseguem dizer sobre um governo, que mal ou bem foi eleito democraticamente.
Este acidente talvez tenha sido fruto de imcopetencia e desc aso, mas vamos esperar informaões sérias antes de culpar qualquer pessoa.

Jôka P. disse...

Menino e meninas, vim deixar um abraço e um beijôka pra vocês, viu !

Jôka P. disse...

Não vou comentar esse acidente medonho... já tive pesadelos demais e não aguento mais isso. Haja Lorax. Chega !

Paz, amor, sexo e rock-n-roll.

Lula disse...

Cara, é impressionante como você conhece o meu (cú), sem nunca, siquer, tê-lo visto (e nunca vai ver, ora bolas), mas esse post reflete exatamente o que eu penso. Culpamos outros por nossos erros, sempre e precipitadamente.

Os garotos drogados que fazem racha com seus carrões, morrem e matam e são 'coitadinhos' para àquela parcela da população que culpa outros por seus próprios erros.

Quer um exemplo? O de...putado que foi à Washington para acompanhar a análise da caixa preta já deu uma declaração imbecil e depois disse que foi mal interpretado.

E assim caminhamos.

Abração (de longe) procê e de bem pertinho nas meninas.